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Quarta-Feira , 30 de Abril de 2025
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Há uma idade-limite para enfarte: 61 anos


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo

(Adriana Dias Lopes)
Que o enfarte mata mais do que acidentes de trânsito no País, já se sabe. Que as mulheres também são vítimas, idem. O que era desconhecido, no entanto, é o fato de que existe uma idade que determina quando homens e mulheres têm mais risco de enfartar: 61 anos e 2 meses. Até essa idade, são eles que sofrem mais riscos. Depois, são as mulheres.
A descoberta é resultado de uma tese que será defendida em outubro pelo médico especialista em estatística Júlio César Pereira, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), com o patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Por meio de cálculos matemáticos, Júlio revelou também que aos 25 anos os homens correm duas vezes mais risco de sofrer enfarte em relação às mulheres. Aos 50, a diferença é de 1,4. Aos 61 anos e 2 meses, os dois empatam. Aos 80, são as mulheres que têm o dobro de possibilidade.
O trabalho é continuação de uma pesquisa feita em 2003 pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, da qual Júlio participou. O estudo, para o qual foram entrevistados 2.555 pacientes em 104 hospitais de 19 Estados, quantificou o número de vezes que os fatores de risco potencializam o risco de enfarte. Exemplo: quem fuma mais de cinco cigarros por dia tem 4,9 chances a mais de enfartar em relação a quem não fuma. O número é de 2,82 para quem tem glicose alta (ver quadro acima). "O que impressiona é que entre os quatro principais fatores de risco, três podem ser reversíveis sem uso de remédios", conta Leopoldo Piegas, diretor-técnico do Pazzanese e coordenador do projeto. Entre eles, o consumo de cigarro, a obesidade e um fator curioso: escolaridade alta combinada com renda familiar baixa.
A explicação do efeito nocivo da boa formação escolar com pouco dinheiro é simples: quem vive tal realidade está de alguma forma sob pressão. O oposto vale para quem consome bebida alcoólica duas vezes por semana: o hábito diminui o risco de enfarte, de acordo com a pesquisa. "Como não identificamos a quantidade, o certo é ter muita cautela", diz Leopoldo.
De acordo com o cardiologista, dificilmente o paciente tem apenas um fator de risco. A afirmação impressiona mais ainda se for levado em consideração que o índice de cada risco deve ser multiplicado e não somado. Ou seja: os que fumam mais de cinco cigarros por dia e têm glicose alta, por exemplo, tem 13,81 chances a mais de enfartar.
A história da família da pensionista Dyjanira Galetto Faria, de 83 anos, exemplifica bem as duas pesquisas. Dyjanira, que sofreu enfarte aos 71 anos, era obesa, hipertensa e filha de cardíacos. De acordo com o estudo do Pazzanese, as chances de que ela enfartasse era de 11,72 a mais. O marido, já falecido, teve enfarte aos 47 anos. A filha, Margareth, de 49 anos, além do histórico familiar, é hipertensa e fuma meio maço por dia. "Antes dos meus pais enfartarem, fumava o dobro", conta ela. Mesmo assim, a possibilidade de adoecer é duas vezes maior do que a da mãe, por causa do cigarro: de 23,45.


O Estado de S.Paulo

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