USP e TV Cultura farão análise do jornalismo |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 21/09/2004 |
(Simone Iwasso)
Em meio a discussões sobre a possível criação do Conselho Federal de Jornalismo e da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav), vistas por críticos como propostas para controlar a mídia e a produção cultural, duas iniciativas estrearão nesta semana com a missão de analisar o jornalismo impresso e televisivo.
Amanhã, será inaugurado o Observatório Brasileiro de Mídia da USP, ligado ao Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA). No primeiro dia, já haverá uma apresentação dos resultados de uma análise da cobertura eleitoral em São Paulo.
"Vamos mensurar como são cobertos determinados fatos. Faremos análises de conteúdo, sem entrar na parte do discurso, apenas classificando como positivas, neutras ou negativas. E análises morfológicas, ou seja, como estão visualmente colocadas nas páginas as reportagens", diz José Coelho Sobrinho, chefe do Departamento de Jornalismo da ECA.
Segundo Sobrinho, o objeto de estudo atual é a cobertura eleitoral pelos grandes jornais de São Paulo, de acordo com uma metodologia usada há dez anos em mestrados e doutorados do departamento. "Os resultados serão divulgados para os jornais, partidos e pesquisadores", afirma.
"Jornalismo público" - Em outro meio, a TV Cultura vai inaugurar na sexta-feira o primeiro ombudsman da televisão brasileira. O cargo, uma espécie de crítico da programação e porta-voz dos telespectadores, será do jornalista Osvaldo Martins, de 64 anos, que trabalhou em diversos veículos de comunicação e assumiu a Secretaria de Comunicação na gestão do governador Mário Covas.
A princípio, Martins assinará uma página no site www.tvcultura.com.br. A partir de novembro, terá um programa semanal. "O foco inicial vai ser o jornalismo, por causa da discussão da emissora de como deve ser o jornalismo de uma televisão pública", diz.
Já adiantando seu ponto de vista, Martins afirma que a discussão atualmente se concentra em um ponto errado. "Eu contesto a expressão 'jornalismo público', usada na emissora. Todo jornalismo trabalha com informação, que é um bem público. O caminho seria um trabalho que explique e contextualize os fatos."
O cargo de ombudsman tem duração de um ano, renovável por mais dois. Nesse período, e durante os seis meses após o mandato, o jornalista tem estabilidade garantida.
O Estado de S.Paulo
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