Eles são fiéis e respeitam a opção sexual |
|
|
Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 23/09/2004 |
(Evanildo da Silveira)
A maioria dos jovens brasileiros valoriza a fidelidade aos parceiros, não considera a virgindade feminina um requisito para o casamento e é, no geral, tolerante com o homossexualismo. Esses são alguns resultados da pesquisa Práticas e Normas Sexuais de Jovens Brasileiros, apresentada, ontem, no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, que está sendo realizado em Caxambu (MG), pelas pesquisadoras Maria Luiza Heilborn e Cristiane Cabral, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Foram ouvidos 4.634 jovens de 18 a 24 anos, de Porto Alegre, Rio e Salvador.
Em linhas gerais o trabalho mostrou que as mesmas normas se aplicam aos homens e às mulheres no que diz respeito ao tema da fidelidade ou ao da homossexualidade - "80% dos homens e 90% das mulheres disseram que as relações sexuais devem ser exclusivas ao relacionamento estável", disse Maria Luiza. "Não encontramos diferenças entre as camadas sociais nem tampouco, de forma surpreendente, em função da filiação religiosa:
católicos, pentecostais e pessoas que declararam não ter religião aderem à norma de fidelidade nas mesmas proporções."
Aceitação - A pesquisa constatou que os homens começam a vida sexual mais cedo, mas não muito. Eles têm a primeira relação aos 16,2 anos, em média; elas, aos 17,8. Das pesquisadas, 12% eram virgens, número concentrado nas idades mais baixas da faixa estudada. "A virgindade não é mais um tabu", disse Maria Luiza.
O estudou revelou que 70% dos jovens usaram camisinha na primeira relação, mas esse índice tende a cair à medida que o relacionamento prossegue e aumenta a confiança entre os parceiros.
Quanto ao homossexualismo, as mulheres se mostraram mais tolerantes tanto em relação ao masculino quanto ao feminino: 73% não têm nada contra as relações de homem com homem e 71% aceita o homossexualismo feminino. No caso dos homens, a tolerância é menor: 51% aceitam o homossexualismo masculino e 54,5% não têm nada contra o feminino. Nessa questão, porém, também foi revelado que há uma parcela considerável de intolerantes, cerca de 30%. Para estes, os gays são doentes.
A questão da gravidez precoce também fez parte do estudo. Segundo o levantamento, em média, 29% das mulheres pesquisadas já são mães. O índice salta para 60% entre as camadas populares e com ensino fundamental incompleto e cai para 4% entre as que têm curso superior. "Não há, como se costuma imaginar, uma epidemia de gravidez na adolescência", explicou Maria Luiza.
O Estado de S.Paulo
Para mais informações clique em AJUDA no menu.
|