Masp propõe visita ao impressionismo |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 19/10/2004 |
(Maria Hirszman)
A exposição As 100 Maravilhas – Impressionismo e Referências coloca novamente em destaque o rico acervo do Masp, um dos mais importantes patrimônios artísticos do País que nos últimos anos ficou eclipsado pela tendência de valorizar os megaeventos temporários. Na tentativa de dirimir os efeitos da grave crive financeira e cultural que atingiu o museu, a atual direção resolveu buscar na maior riqueza da instituição o caminho do equilíbrio e selecionou uma centena de obras-primas, que estarão em exposição a partir de hoje.
A seleção é ampla e contempla de maneira genérica os primórdios e evoluções do que se costuma chamar de Escola de Paris. Além da reunião de mestres como Ticiano, Velázquez e Goya – autores de três dos quatro retratos que abrem a exposição (o outro é de Manet) vistos como influências preponderantes –, dos mestres impressionistas (Monet, Degas, Renoir...), também estão presentes aqueles que posteriormente dialogaram com os efeitos óticos da vibração da cor e da luz, mesmo que construindo novos caminhos, como Matisse, Van Gogh e até Cézanne.
“Com a temática do impressionismo e referências se pôde trazer a público obras nunca expostas no mesmo conjunto, e, algumas, até, raramente vistas”, afirma o marchand Renato Magalhães Gouvêa, convidado pela diretoria do museu para participar do trabalho de seleção e conceituação das obras para a exposição. A curadoria, no entanto, é de Luiz Hossaka e da equipe do museu. Segundo Gouvêa – que ajudou com os trâmites burocráticos para a entrada dessas obras no País ainda na década de 50 – e hoje faz parte do Conselho Deliberativo do Masp, “nada de importante do Impressionismo ficou de fora”. A não ser algumas obras cedidas no momento para exposições internacionais.
Além das obras-primas selecionadas dentre os 7 mil itens catalogados da coleção do museu, também voltaram à ativa os célebres cavaletes de vidro criados por Lina Bo Bardi para o museu, mesmo que de maneira um tanto deturpada. O uso do equipamento, tombado pelo Iphan, é um dos pontos de atrito da presidência atual com a comunidade artística e intelectual, além de pendências financeiras – situação que, segundo Gouvêa, estaria equacionada – e a falta de transparência e de um projeto curatorial de longo prazo.
O Estado de S.Paulo
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