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Memórias sentimentais da 25 de Março


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 21/10/2004

(Carla Miranda)
Ela nasceu Rua de Baixo. Chegou a ser chamada de Várzea do Glicério, Rua das Sete Voltas e Baixa de São Bento. Isso antes de ganhar fama como 25 de Março. Uma história de rua cheia de histórias de gente. De famílias que vieram da Síria, do Líbano e da Armênia e viraram simplesmente "turcas" em São Paulo. Pessoas que transformaram uma via estreita às margens do Rio Tamanduateí no maior shopping a céu aberto da América Latina.
"A rua foi feita por gente que ainda está lá e, por isso mesmo, tem vínculo forte com a 25", explica Rose Koraicho, neta do sírio Farjalla e filha do brasileiro Fuad Koraicho, que manteve a tradição da família na rua.
Foi remexendo nos guardados do pai, morto em 1996, que Rose se deparou com a pergunta: "Será que algum dia algum descendente árabe vai escrever sobre a magnífica história dessa rua?" A resposta para aquela indagação, parte de uma reportagem, é o livro 25 de Março - Memória da Rua dos Árabes, lançado hoje.
Não se sabe quando um árabe pôs os pés no País pela primeira vez, mas está bem documentada a abertura da loja que inaugurou a 25 de Março. Uma casa modesta, iniciada no fim do século 19 por Benjamin Jafet, hoje nome de rua na região. Naquela época, os árabes já estavam por ali, só que na Rua Florêncio de Abreu.
A 25 era apenas Rua de Baixo, ou Baixa da São Bento, limite entre as cidades alta (Ruas Boa Vista, São Bento e a própria Florêncio) e baixa. Lá os aluguéis eram mais baratos e a localização, boa - o Rio Tamanduateí havia sido retificado em 1872, perdendo suas famosas sete voltas e ganhando importância comercial.
Jafet chamou os irmãos. Os demais comerciantes também trouxeram parentes, amigos, conhecidos. Pessoas que chegavam sem dinheiro, sem falar português e iniciavam vida nova como mascates. Ganhavam dinheiro e abriam uma lojinha na 25 de Março, que já trazia esse nome, em homenagem à Constituição de 1824.
O momento era de trabalho árduo. As famílias árabes moravam em sobrados na própria rua, com a loja na parte de baixo. Época de que Rezkalla Tuma se lembra bem. Sua família chegou à 25 em 1930. Ele tinha 2 anos. "Com 4, vi algo que me marcou muito, a inauguração do Mercado Municipal. Lá estavam os Dragões da Independência a cavalo."
Para ele, falar sobre a rua é se lembrar das partidas de futebol contra os armênios, dos restaurantes onde se jogava gamão, da movimentação do comércio. Lojas que acabaram por expulsar as famílias da 25. "Muitos foram para o Tatuapé, a Vila Mariana e o Paraíso." Tuma, que presidiu a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), resume bem o que é a rua hoje: "É a rua 25%, onde se compra tudo por, no mínimo, 25% menos."
Mais informações pelo telefone (0xx11) 3811-8080 ou pelo site www.koema.com.br


O Estado de S.Paulo

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