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Dietas de revistas podem ser desbalanceadas


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 27/10/2004

(Simone Iwasso)
Seguir algumas dietas recomendadas em revistas pode trazer prejuízos para a saúde, além de não ajudar a emagrecer. Os riscos estão na falta de equilíbrio do ponto de vista nutricional - com doses abaixo ou acima do recomendado de vitaminas e proteínas, por exemplo - e também na diferença entre as calorias prometidas e as realmente encontradas nos cardápios.
Pesquisa feita por duas nutricionistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com 112 dietas de duas publicações durante o ano de 2002 mostrou que nenhuma delas tinha todos os nutrientes recomendados para uma pessoa adulta. Além disso, a maior parte das que diziam ter 1.200 calorias tinha uma variação de 500 a 2.500.
A constatação foi feita pelas nutricionistas Olga Maria Silverio Amancio e Daniela Maria Alves Chaud. Os resultados do estudo foram publicados na edição de setembro/outubro dos Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz. A análise levou em conta as quantidades de macronutrientes, formados pelos carboidratos, lipídeos e proteínas, e os micronutrientes, compostos pelas vitaminas e minerais. Para medir as substâncias foram usados o programa Virtual Nutri e os valores da Dietary Reference Intakes, tabela internacional usada por nutricionistas.
"Escolhemos revistas de grande circulação, uma tinha 120 mil exemplares e a outra cerca de 300 mil. Concluímos que todas são completamente desbalanceadas. Apenas 25% delas tinham as quantidades de carboidratos, proteínas e lipídeos adequadas, mas mesmo assim tinham problemas com micronutrientes", diz Olga, que não quis revelar o nome das publicações.
Pelo estudo, os maiores desequilíbrios estavam nas quantidades de cálcio, ferro e vitaminas: 85,7% tinham níveis inadequados de cálcio, 97,3% de ferro e 91,9% de vitamina E. Segundo a nutricionista, um dos extremos encontrados recomendava a ingestão de 3.035 miligramas de cálcio, quando a média para uma pessoa seria de 800 a 1.000 miligramas.
"Das 56 dietas que diziam ter 1.200 calorias, apenas 13 tinham mesmo. O resto variava entre 500 e 2.600, ou seja, valores ou muito baixos ou até altos, dependendo da pessoa", diz Daniela.
As conseqüências para a saúde logo aparecem, segundo elas. "Se a pessoa começa a ingerir uma dieta desequilibrada, ela altera seu metabolismo. Aumento do colesterol, anemia, falta de absorção dos nutrientes. Vários problemas podem ser causados", completa.
Para a nutricionista Sílvia Fernanda Teixeira dos Santos, outro perigo dessas dietas é que elas são prontas, não focadas nas necessidades de cada pessoa. "Dieta precisa ser individualizada, levando em consideração o biotipo da pessoa (altura, peso), sua idade, rotina. Enfim, é necessário ter um perfil do paciente", diz.
A última dieta da advogada Larissa Lamenha, de 23 anos, foi a da proteína, seguida de uma revista. Diz ter sido a melhor dieta que já fez - perdeu 5 quilos em um mês - , mas sentia-se fraca e desconfortável. "Só parei por causa da comida, que eu não agüentava." De manhã, comia omelete de queijo e presunto; no almoço, frango ou carne com alface; e, à noite, hambúrguer. Eram proibidas frutas e qualquer outra verdura que não fosse folha. Larissa parou porque "a alimentação era péssima e vivia enjoada e com dor de cabeça".
Já o designer de interiores Miguel Francisco Marcelo, de 22 anos, conta que chegou a perder 4,5 quilos em uma semana e sentiu fortes dores de estômago. "Eram dietas malucas, daquelas que você faz quando precisa perder peso em pouco tempo." Para ele, a diferença de dietas de revistas e as indicadas por médicos é a elaboração. "Com os regimes da nutricionista eu não sentia fome."


O Estado de S.Paulo

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