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A dor do mundo pela lente do fotojornalismo


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 03/11/2004

(Maria Hirszman)
Uma imagem flagrada através de arames farpados enrolados que servem de defesa a uma prisão norte-americana no Iraque mostra uma cena ao mesmo tempo pungente e terrível: um homem, com a cabeça encapuzada consola uma criança assustada, de 4 anos de idade. Essa cena retratada por Jean-Marc Bouju é ao mesmo tempo uma síntese do horror dos conflitos em que o mundo parece mergulhar - feita em 31 de março do ano passado, essa foto antecipa em alguns meses o escândalo provocado pelo vazamento das imagens feitas por soldados americanos das torturas nas prisões iraquianas - e um exemplo perfeito de fotojornalismo, com suas enormes possibilidades de denúncia e mobilização.
Esta e outras 200 imagens vencedoras da edição 2004 do World Press Photo poderão ser vistas a partir de amanhã no Sesc Pompéia, compondo um interessante painel da produção de fotojornalismo em todo o mundo ao longo do ano passado. Afinal, essa exposição é considerada a mais importante do gênero no mundo, ganhando o apelido de Oscar da fotografia mundial. Da 47.ª edição, que chega somente agora ao País, participaram 4.116 fotógrafos de 124 países, com o volume impressionante de 63.093 imagens.
"A mostra fala muito da condição, dos problemas e desejos do homem", afirma Martha Mamede Batalha, produtora responsável pela realização da mostra este ano no Brasil. Não se trata de uma estréia do World Press Foto em território nacional. As fotos vencedoras em outras edições do evento já foram mostradas por aqui, mas de maneira intermitente. A última dessas mostras ocorreu em 2002, no Sesc Vila Mariana.
Com sua produtora, a Desiderata, especializada em publicações e eventos relacionados ao fotojornalismo, Martha descobriu o trabalho da World Press Photo em viagem que fez a Portugal em 1998 e desde então vem querendo incluir o Brasil de forma definitiva na rota de exposições realizadas pela organização fundada na Holanda em 1955.
Inicialmente seu projeto era levar a exposição para o Rio e promover um ciclo de debates em parceria com a PUC sobre as várias questões suscitadas pelo uso da imagem jornalística no mundo contemporâneo. Infelizmente, por falta de patrocínio, o projeto teve de ser adiado e, felizmente, o Sesc aceitou custear a vinda da exposição para São Paulo, que passa a participar da lista de 80 cidades ao redor do mundo que receberão a mostra. O objetivo da Desiderata é obter um patrocínio fixo para viabilizar as próximas edições.
Da mesma maneira que o público do Brasil conhece apenas de forma intermitente a seleção promovida anualmente pela World Press Photo, os brasileiros entram também de maneira esporádica no circuito do evento. Tivemos premiados, como Sebastião Salgado, e jurados - Monica Maia, do Estado, participou da 42.ª edição. Talvez a inclusão da mostra de forma permanente no calendário de exposições seja uma maneira de tornar essa presença mais constante, acredita Martha.
As inscrições para quem quiser participar da próxima edição, com prêmios em dinheiro, passagens e materiais de fotografia da patrocinadora Canon, já estão abertas e se encerram em 13 de janeiro. Podem participar imagens feitas ao longo de 2004 para serem publicadas.


O Estado de S.Paulo

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