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SP: agressão é a causa nº 1 da morte de garotos


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 14/11/2004

(Gilmar Penteado)
As canetas em cima da mesa viram brinquedo para o menino de oito anos. Ele se diverte enquanto responde, sem qualquer constrangimento, as perguntas da conselheira tutelar. Só interrompe para pedir bala e chocolate.
Carlos (nome fictício) é agitado como qualquer garoto de sua idade. Curioso, brinca com os objetos que encontra. É o seu relato, porém, e sua situação, confirmada pela mãe e pelo irmão mais velho do menino, que chocam. Aos oito, Carlos está jurado de morte.
Depois da conversa com conselheiras tutelares do Grajaú (zona sul de São Paulo), uma região marcada pela pobreza e altos índices de criminalidade, ele foi separado da família e levado a um abrigo para menores.
Não poderia voltar para casa porque outros adolescentes, mais velhos, com quem o garoto cometia pequenos furtos, avisaram que iriam matá-lo. O motivo: sem consultar os parceiros, vendeu por R$ 100 um celular furtado pelo grupo e gastou o dinheiro.
O isolamento impediu que Carlos fizesse parte das estatísticas de homicídios, mas sua situação mostra o risco de jovens de sua idade na periferia. Segundo levantamento da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a morte por agressão foi a principal causa de óbito de meninos de 5 a 14 anos na capital paulista no período de 1999 a 2003.
Foram 283 mortes por agressão, 17,53% dos 1.614 óbitos registrados nessa faixa etária no período levando em consideração todas as causas de morte na capital paulista. Na seqüência, aparecem as neoplasias (tumores), com 13,81%, e os acidentes com veículos de transporte, responsáveis por 13,69% das mortes.
Os números mostram que esse é um fenômeno restrito a meninos que vivem na capital paulista. As agressões não aparecem entre as principais causas de morte de crianças entre 5 e 14 anos quando os dados se referem ao Estado ou se restringem às meninas.
O levantamento da Fundação Seade, que divide os motivos das mortes entre doenças e causas externas, é feito a partir de dados enviados por cartórios de registro civil. Os dados são apresentados pela área de residência das vítimas.
Os números de mortes por agressão de cinco anteriores, de 1994 a 1998, são menores. Segundo levantamento da Fundação Seade, 240 meninos morreram por esse motivo nesse período na cidade de São Paulo.
A morte por agressão ficou em quarto lugar no ranking de todas as causas de óbito registradas pela fundação. Representou 10,76% (240) das 2.229 mortes -provocadas por doenças ou causas externas- de garotos de 5 a 14 anos ocorridas no período.
A maior parte das vítimas de homicídio nessa faixa etária, no entanto, tem entre 12 e 14 anos. Dos 283 garotos mortos por agressão entre 1999 e 2003, 247 (87,27%) estavam nesse grupo.
Dos últimos cinco anos, o homicídio ocupou o topo do ranking das causas de morte entre meninos de 5 a 14 anos em 1999, 2000 e 2002. Ficou em segundo lugar em 2001 e em 2003, ano que apresentou menor número de casos do período -42 óbitos.


Folha de S.Paulo

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