Primatas têm novo ancestral comum |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 19/11/2004 |
(Alessandro Greco)
Nas últimas décadas, paleoantropólogos conseguiram traçar a linhagem humana até 6 milhões de anos atrás, achando diversos fósseis pelo mundo - o mais recente, o Orrorin tugenensis, foi revelado há poucos meses pela revista Science (www.sciencemag.org) .
Hoje, a mesma revista traz em suas páginas aquele que pode ser o mais antigo ancestral comum aos grandes primatas, a linhagem que se ramificou e resultou nos humanos, orangotangos, chimpanzés e gorilas.
Achado em uma vila na Espanha, o fóssil é o primeiro de sua época, de 12,5 milhões a 13 milhões de anos atrás, a ter uma combinação bem preservada de crânio, dentes e do restante do corpo. Até então, o registro fóssil dessa época era tão fragmentado que os pesquisadores tinham dificuldade em chegar a um consenso em relação à forma da árvore genealógica dos primatas. Os primeiros restos foram descobertos em dezembro de 2002, mas foi preciso esperar até o verão de 2003 para que uma grande escavação fosse feita e a equipe de Salvador Moyà-Solà trouxesse à tona costelas, pulso, mãos e vértebras.
Batizado de Pierolapithecus catalaunics, em homenagem à pequena cidade espanhola de Els Hostalets de Pierola, onde foi achado, o fóssil "promete contribuir substancialmente para o nosso entendimento da origem dos macacos atuais e do homem", dizem os autores do artigo.
Mas a certeza, como é comum nessa área, não é compartilhada por todos os especialistas. Alguns, como o paleoantropólogo Steven Ward, da Universidade de Northeastern Ohio, acredita que "é uma descoberta maravilhosa, um sonho que se torna realidade". Outros, como David Pilbeam, da Universidade de Harvard, discordam e acham que o novo fóssil pode muito bem não ser da linhagem dos grandes primatas.
O Estado de S.Paulo
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