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Cada vez mais mulheres com aids


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 24/11/2004

(Lígia Formenti)
O mundo assiste a um aumento sem precedentes dos casos de aids entre mulheres. O relatório anual do Programa da Organizações das Nações Unidas para HIV/Aids, divulgado ontem, revela que o número de casos entre o grupo feminino corresponde a quase metade do total de adultos infectados pela doença - são 17,6 milhões de mulheres, o que correspondente a 47,3% dos adultos com o vírus. Em 2002, a tendência já havia sido constatada, mas agora há uma diferença importante: ela se alastra por todas as regiões do mundo. O homens infectados hoje somam 19,6 milhões - 52,7% dos adultos - e as crianças, 2,2 milhões. Ao todo, são 39,4 milhões de pessoas com HIV.
Só no Leste Asiático, os registros de mulheres com a infecção subiram 56% entre 2002 e 2004. Na Europa e na Ásia Central o crescimento também impressiona: 48%. Em algumas regiões, como a África Subsaariana, o grupo feminino corresponde a cerca de 60% das infecções entre adultos.
"O controle de casos entre mulheres e meninas é essencial para conter a escalada da epidemia", afirma o coordenador da ONU no Brasil, Carlos Soares. "E, infelizmente, não há perspectivas de que conseguiremos reduzir os índices entre o grupo feminino em um curto espaço de tempo."
No Unaids, há o consenso de que não há como falar no combate à epidemia entre o grupo feminino sem falar em melhoria das condições socioeconômicas e da igualdade de gênero. Mulheres com baixa escolaridade, baixa renda e que vivem em determinadas culturas, estão muito mais sujeitas a problemas como violência, exploração e abuso sexual.
"Não podemos continuar baseando a prevenção somente no uso do preservativo", afirma Soares. Para ele, a camisinha é uma ferramenta indispensável. "Mas não há como falar em preservativo nos casos em que mulheres não têm liberdade de escolha".
Entre as opções defendidas pelo Unaids está o uso de microbicidas, um produto tópico que, de acordo com últimos testes, pode reduzir os riscos de infecção por HIV. Além disso, é preciso reduzir a violência, adotar políticas que garantam acesso de mulheres a tratamentos e melhorar a escolaridade. Soares admite que as medidas não são de fácil execução.
As razões do aumento de aids no grupo feminino variam conforme a região. Na Ásia Central, por exemplo, as contaminações são atribuídas sobretudo ao uso de seringas contaminadas. Na América Latina, os casos são registrados entre mulheres com parceiros consumidores de drogas.
DROGAS
Além do crescimento entre mulheres, o Unaids faz um alerta para o aumento dos casos de aids provocado por uso de drogas injetáveis. Para o programa da ONU, o ideal é que países adotassem medidas de redução de danos, como a usada no Brasil. "Não é a única ferramenta, mas é extremamente importante", afirmou Soares. Ele diz, porém, que há resistência de vários países em adotar medidas eficazes para combater a transmissão entre consumidores. "Em vários países, será preciso esperar alguns anos para que governos passem a admitir tal necessidade."
No relatório, o Unaids faz um registro sobre o aumento de recursos para o combate à aids. Mas lembra que eles são insuficientes para executar os programas. O acesso a anti-retrovirais é um exemplo: só uma entre dez pessoas com indicação de tratamento recebem esses medicamentos.
QUEDA: O Programa das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids) mudou a metodologia usada no relatório divulgado anualmente sobre a doença. Com a reforma, o número de casos sofreu queda significativa. Em 2002, o mesmo relatório informava que existia no mundo 42 milhões de pessoas infectadas. Do total, havia 19,6 milhões de homens, 19,2 milhões de mulheres e 3,2 milhões de jovens com até 15 anos. Depois da mudança, o número total caiu para 36,6 milhões. Mesmo com a revisão, o Unaids sustenta que os índices deste ano são os maiores da história da epidemia. Segundo o órgão, a mudança foi feita também na série histórica.


O Estado de S.Paulo

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