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180 países discutem futuro do clima


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 06/12/2004

(Ariel Palacios)
Buenos Aires será a partir de hoje o cenário em que representantes de mais de 180 países debaterão o futuro do clima do planeta, focalizando principalmente o aumento da temperatura global. Com a 10.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-10, começam os debates sobre a adaptação às novas tecnologias para que os processos industriais sejam mais eficazes - e conseqüentemente menos nocivos ao ambiente e ao clima. O evento segue até o dia 17.
A lista de catástrofes naturais deste ano está atraindo uma atenção mais intensa do que o costumeira sobre esta cúpula, já que 2004 foi pleno de furacões, inundações, aumento de chuvas torrenciais, longas secas, além do derretimento de geleiras nos Alpes e nos Andes.
Como pano de fundo, a própria capital argentina está sendo um exemplo do aquecimento global: a cidade está mais abafada, as chuvas, raras neste período, são freqüentes e a temperatura ultrapassa os 30 ºC, algo atípico para esta época do ano.
De quebra, há poucas semanas, uma conferência ambiental realizada na cidade australiana de Cairns indicou que os ciclones vão se multiplicar na área do Pacífico, além de incêndios de bosques, intensa erosão das áreas litorâneas, destruição de recifes de coral e mangues, além de fortes tempestades de poeira.
Apesar do cenário terrível, a COP-10 começa hoje com uma parcela extra de otimismo, reforçada pela adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto (veja detalhes nos destaques).
Há poucos meses, o governo do presidente Vladimir Putin - por pressões da União Européia - decidiu colocar a rubrica no Protocolo criado em 1997, no qual definem-se metas para reduzir as emissões de gases que produzem o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).
Para poder colocar o Protocolo em andamento é preciso a adesão mínima de países que representem pelo menos 55% das emissões de . Desde sua criação, isso não havia sido possível, já que alguns dos grandes emissores de gases se recusavam a assinar o protocolo. Esse é o caso dos Estados Unidos. O governo Bush nega-se a ratificar o Protocolo, ainda que o país seja responsável por 25% das emissões globais de gases.
Em meados deste ano, a Rússia alterou o panorama, ao anunciar que iria aderir ao Protocolo e elevar para 61,6% o nível de emissões dos países representados. Com a ratificação da Rússia, o Protocolo poderá entrar em vigor a partir do dia 16 de fevereiro de 2005.
Os militantes argentinos da organização internacional Greenpeace consideram que a entrada da Rússia é um "ponto de inflexão" no Protocolo de Kyoto, "fato que muda o clima da negociação". No entanto, o Greenpeace mantém seu ceticismo e afirma que a notícia, embora positiva, chega com vários anos de atraso. "Mais ainda se levarmos em conta a oposição ao Protocolo realizada pelos Estados Unidos e a Austrália, que não somente se opõem. Eles têm uma atitude declaradamente beligerante contra Kyoto", sustenta Juan Carlos Villalonga, diretor de campanhas do Greenpeace na Argentina.
ANFITRIÕES
O governo argentino, anfitrião da COP-10, ambiciona dar um grande passo nesta cúpula, pois pretende elaborar um plano de ação que permita que os países se adaptem às alterações climáticas. "Não vamos somente analisar como enfrentaremos as conseqüências das mudanças climáticas, mas também procuraremos soluções para suas causas", declarou Atilio Savino, secretário de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável das Argentina. "Desta vez, a cúpula climática não foi armada com base numa ilusão que depois acaba não sendo cumprida, como aconteceu nas reuniões anteriores."
Além dos enviados especiais dos governos também participarão da COP-10 os representantes de 17 organismos intergovernamentais. Na lista daqueles que defenderão seus próprios interesses estarão os representantes dos setores empresariais de energia, comércio, indústria, produção agropecuária e dezenas de ONGs.


O Estado de S.Paulo

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