Circo, horta e pintura: é a escola nas férias |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 13/12/2004 |
Férias na escola, mas sem cara de escola. Instituições particulares mudam a programação para receber alunos e principalmente não alunos em janeiro. Atividades como pintura, plantação, cavalgada, culinária e até relaxamento para crianças entre 0 e 7 anos são cobradas por dia ou por semana.
"Acho importante ele mudar um pouco de espaço, de brinquedos e também sair da frente da TV", diz Silvia Maria Sissiliano Machado, avó de Guilherme Fávaro, de 4 anos. Ela resolveu dar de presente de Natal ao neto uma semana de atividades na escola Baby Lounge, que fica no Morumbi. A escola organizou um programa que inclui histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, preparação da horta para plantar cenouras e rabanetes, confecção de fantasias e banhos de boneca. "É também uma maneira dos pais, que não têm filhos aqui, conhecerem o trabalho da escola", diz a proprietária e diretora pedagógica Fabiane Boyadjian.
A diretora da Escola Viva, Maria Ignes Americano, que há cerca de 10 anos recebe crianças nas férias, diz que é comum os pais matricularem seus filhos depois que eles participam das atividades em janeiro. "Que criança não gosta de cama elástica, circo e malabares?" O custo de uma semana de atividades nas férias, em geral, vão de R$ 150 a R$ 300. Muitas das escolas incluem lanches e chamam outros profissionais - não os professores usuais - para trabalhar nesse período. Algumas oferecem também serviços de day care para bebês.
As escolas municipais e os Centros Educacionais Unificados (CEUs) também recebem crianças em janeiro, no programa Recreio nas Férias. As atividades de música, dança, gincanas e esportes vão das 9 horas às 17 horas, para crianças desde os 4 anos.
PIQUENIQUES E CHUVEIRÃO
"A idéia é deixar a criança livre, sem hora para começar e terminar, com jeito de férias mesmo", diz Marcelo Cunha Bueno, proprietário da Estilo de Aprender, no Alto da Lapa. A escola já chegou a receber mais crianças em janeiro do que tem matriculadas no período regular. Há capoeira, piqueniques e banhos de chuveirão.
No Colégio Magno, a idéia é levar as crianças para passeios fora do espaço escolar: cinema, parques de diversões, fazendas, pesqueiros e acantonamentos. "É férias total dos pais", diz a diretora Myriam Tricate.
"O objetivo é brincar", diz a coordenadora da Escola de Educação Infantil Quintal, Fernanda Maria Garrafa. A pedido dos pais, a instituição deixou de fechar em janeiro para receber as crianças. Uma das atividades mais procuradas é o relaxamento. Depois das brincadeiras, as crianças deitam em tapetinhos, com luz fraca, ouvem histórias e recebem massagens feitas com saco plástico cheio de água.
Segundo a professora da Universidade de São Paulo (USP), especialista em educação infantil, Marieta Nicolau, os pais precisam observar o perfil dos filhos para saber que tipo de atividades oferecer. "Há crianças que têm um pique tão grande que sentem até um vazio nas férias. Outras preferem usufruir um pouco dos seus livrinhos, dos seus brinquedos, da sua casa", explica.
Em qualquer caso, ela acredita que uma semana de atividades é o suficiente. "É preciso sair da rotina de compromissos, horários e não há problema algum em ficar na casa dos avós, dos tios, assistir um pouco de televisão", diz. "Se a criança não quer fazer alguma coisa, as férias não são o momento de forçar nada."
O Estado de S.Paulo
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