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Nos programas infantis, anúncios que engordam


Publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo 20/01/2005

(Simone Iwasso)
Para cada dez minutos de propaganda veiculada nos intervalos das programações infantis das duas maiores emissoras de televisão aberta do País, um foi usado para promover o consumo de alimentos. Desses, todos eram ricos em gordura saturada ou açúcar e estavam associados a brinquedos, diversões e crianças felizes, o que contribui para gerar hábitos errados e nem um pouco saudáveis de alimentação. A conclusão é de um estudo feito pelo setor de Nutrologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A pesquisa gravou e analisou 600 minutos da programação das 8 às 12 horas durante o mês de julho do ano passado, período de férias escolares. O objetivo foi verificar a quantidade e o perfil dos produtos. "A cada dez minutos de propaganda na programação infantil, um era para alimentos. E, desses, todos tinham um alto teor de gordura e açúcar refinado, inclusive dizendo que eles eram nutritivos e tinham vitaminas, o que dá a falsa impressão de serem saudáveis", afirma a nutricionista Paula Morcelli de Castro, responsável pelo estudo.
Segundo ela, do tempo analisado, cinco minutos foram gastos com a venda de bolachas recheadas, salgadinhos, refrigerantes, cereais com açúcar, chocolates, bebidas achocolatadas e redes de sanduíches. "Isso indica que as crianças são estimuladas a consumir quase diariamente comidas muito calóricas e pouco nutritivas. A nossa preocupação é que esse hábito continue na adolescência e na idade adulta, levando à obesidade", diz. "Um estudo internacional mostra que apenas 30 segundos de propaganda já são suficientes para influenciar uma criança."
Além do estímulo para o consumo, a nutricionista destaca a acessibilidade deles inclusive para os pais. Cachorro-quente e biscoitos são relativamente baratos e práticos, além de deixarem as crianças felizes. O fato não deixa de ser preocupante num país que registra, segundo levantamento do IBGE, 38,8 milhões de pessoas acima do peso. Das crianças de 7 a 12 anos, segundo pesquisa do Instituto LatinPanel, do grupo Ibope, 35% estão acima do peso.
REGULAMENTAÇÃO
Na opinião dos especialistas, o problema precisa ser enfrentado com uma regulamentação maior das propagandas veiculadas para o público infantil. "Vemos propagandas enganosas que vendem bem-estar e saúde, quando na verdade estão falando de produtos que fazem mal para a saúde, sem nenhum esclarecimento disso. É preciso uma ação bastante intensa nessa área", afirma José Augusto Taddei, chefe da da disciplina de Nutrição e Metabolismo e orientador da pesquisa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que montou recentemente um grupo dentro da Gerência de Propaganda para estudar as propagandas voltadas para a alimentação infantil.


O Estado de S.Paulo

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