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44% da USP Leste fez escola pública


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 15/02/2005

(Renata Cafardo e Claudia Ferraz)
Entre os 1.020 aprovados para o novo campus da Universidade de São Paulo (USP), na zona leste da capital, 44% estudaram em escolas públicas. Esse índice chegou, no máximo, a 19% nos últimos três anos entre os outros cursos no vestibular da Fuvest. A carreira de Licenciatura em Ciências da Natureza, da USP Leste, por exemplo, terá mais de 80% dos seus alunos vindos do ensino médio estadual. Os números demonstram um aumento da inclusão na maior universidade do País e sugerem uma alternativa ao sistema de cotas.
Ontem, em meio a operários de obra e à grama parcialmente plantada, os estudantes convocados fizeram suas matrículas na USP Leste. Até amanhã, todas as unidades da instituição matricularão seus novos alunos. "Me sinto gente", disse Ary da Silva Franco Neto, de 21 anos, na fila para entregar seus documentos. Ele terminou o ensino médio público em 2001, mas nunca havia feito o vestibular da Fuvest porque considerava "fora de cogitação". A novidade do campus leste o animou a tentar e o motoqueiro conseguiu uma das 180 vagas em Gestão de Políticas Públicas. O curso terá 60% de alunos de escola pública no período noturno.
"Em geral, eles viam a USP como algo longínquo, em todos os sentidos", diz a pró-reitora de graduação da instituição, Sonia Penin. O índice de inscritos na Fuvest, neste e em outros anos, de estudantes do ensino médio estadual não chega a 35% dos cerca de 150 mil jovens. Já na USP Leste, todos os cursos tiveram pelo menos a metade dos inscritos vindos de escolas públicas.
Segundo ela, com a nova unidade, a universidade está fazendo algo com conseqüências a longo prazo. "As cotas são uma opção de curto prazo", disse. Para o prefeito do campus, Wanderley Messias, os números da USP Leste mostram que não bastava abrir mais vagas, era preciso descentralizar e levar a universidade para perto das classes mais baixas.
O diretor-executivo da ONG Educafro, que organiza cursinhos para estudantes negros e pobres, frei David dos Santos, acredita que os índices de aprovação se explicam pelo desinteresse das classes altas no novo campus. "Eles ainda têm medo da USP Leste." A unidade fica quase na divisa com Guarulhos, numa região pobre, rodeada por favelas e com difícil acesso por meio de transportes públicos. Ontem, a universidade colocou um ônibus na estação de trem mais próxima para ser usado pelos alunos.
"Vim da Penha e mesmo assim me perdi para chegar aqui", disse o aluno de Física da Cidade Universitária Raphael Ximenes, de 22 anos, que foi à USP Leste pintar a cara dos calouros. Em um campus praticamente sem veteranos, ninguém reclamava das poucas tentativas de trote. "Pelo menos animou um pouco e conseguimos um espírito 'estou na USP'", disse Maria Carolina Guembes, de 19 anos, aprovada em Marketing. Henriques Milhina, de 18, saiu frustrado porque não encontrou quadras esportivas nos 260 mil metros quadrados do campus.
Segundo Messias, um complexo esportivo deve começar a ser construído este ano num terreno perto de onde está hoje o primeiro bloco didático, o refeitório e o prédio administrativo, únicos prontos até agora. A biblioteca também espera os livros para o fim de mês, quando começam as aulas. A inauguração da USP Leste, com presença do governador Geraldo Alckmin, foi adiada uma vez e está marcada para o dia 27.


O Estado de S.Paulo

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