Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 22/02/2005

(Karine Rodrigues)
Universitários de baixa renda de cinco instituições federais vão participar de um projeto piloto do Ministério da Educação para estimular a troca de experiências entre a academia e as comunidades onde residem. Chamada de Conexões dos Saberes, a iniciativa pretende estimular a produção de trabalhos científicos relacionados às favelas e periferias.
Na primeira fase do projeto, que começa em março, serão selecionados 125 estudantes, sendo 25 de cada uma das cinco instituições participantes: Universidade Federal Fluminense e as Federais do Rio, de Pernambuco, de Minas e do Pará. Após uma entrevista e uma prova de redação, os escolhidos receberão uma bolsa de iniciação científica no valor R$ 241,50 e o acompanhamento de um professor e dois alunos de pós-graduação para orientá-los na elaboração de trabalhos.
"Há um autoritarismo da universidade em relação aos espaços populares. É necessário promover uma troca, pois a interação entre os dois universos é fundamental para a elaboração de políticas públicas. Precisamos saber quais são as demandas de cada comunidade", observa o geógrafo Jailson de Souza, coordenador nacional do programa, que tem um orçamento de R$ 3 milhões para este ano. "A idéia é adotá-lo em todas as federais", adianta.
Além de tentar modificar a forma pela qual os programas governamentais são criados, geralmente baseados no "de fora para dentro", a iniciativa, segundo Jailson, é uma maneira de preparar a universidade para receber estudantes que, até então, participavam de um sistema de ensino menos eficiente.

O Estado de S.Paulo

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