Cresce pobreza entre crianças nos países ricos |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 01/03/2005 |
(Jamil Chade)
O Unicef, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância, alerta para o aumento do número de crianças vivendo em condições de pobreza em nações ricas. Estudo divulgado ontem aponta que em 17 dos 24 países mais ricos do mundo a condição delas se degradou.
Entre os países ricos, a situação das crianças nos Estados Unidos está entre as piores, embora o Unicef destaque que esforços para reverter a situação estejam sendo verificados desde a década de 1990.
Segundo o documento, mais de 20% das crianças nos Estados Unidos vivem em situação de pobreza. A taxa americana é a que mais se aproxima da mexicana, também avaliada pelo Unicef. No México, 27,7% das crianças vivem em condições de pobreza. Para a agência da ONU, uma criança é qualificada como 'pobre' se parcela da renda de seus pais não é suficiente para lhe garantir direitos como educação e saúde.
Na Europa, a pior situação é vivida pelas crianças italianas: 16,6% delas vivem na pobreza, condição inferior à de crianças de Portugal ou da Grécia, países que até pouco tempo eram considerados como as regiões mais precárias do continente. Já em países como a Dinamarca e Finlândia, menos de 3% das crianças vivem em situação de pobreza. A Noruega é também destacada como um país onde a pobreza é praticamente inexistente entre as crianças.
Para o Unicef, o levantamento tem como objetivo mostrar que as metas da ONU de redução da pobreza não devem ser alvo de atenção apenas dos países em desenvolvimento. A agência da ONU constata que a pobreza entre as crianças está diretamente ligada ao nível salarial de seus pais. Em 13 países, houve uma queda nos salários das populações mais pobres nos últimos dez anos, resultando em uma deterioração das condições também para as crianças.
O Unicef conclui que gastos sociais por parte dos governos são o principal remédio para combater a pobreza infantil.
Segundo a pesquisa, países que destinam menos de 5% do PIB à infância contam com mais de 15% das crianças vivendo na pobreza.
O Estado de S.Paulo
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