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Especialista português defende inovar sem copiar


Publicado pela Folha de S.Paulo 23/10/2006

Educador virou referência no país após inovações da Escola da Ponte

José Pacheco diz que escolas brasileiras que se inspiraram no modelo criado por ele já começam a apresentar bons resultados

Algumas das inovações de escolas brasileiras têm como inspiração uma pequena escola no norte de Portugal, que ganhou fama no Brasil depois que o educador Rubem Alves lançou o livro "A Escola com que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir".
Por causa do crescente interesse de pedagogos brasileiros pela experiência, o mentor da Escola da Ponte, José Pacheco, 54, passou a dedicar boa parte do seu tempo a palestras e a cursos no Brasil e virou consultor da rede Pueri Domus Escolas Associadas.
Periodicamente, visita a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Amorim Lima, na zona oeste de São Paulo (leia texto na página ao lado), que mudou a metodologia de ensino após contato com a experiência portuguesa.
O que chamou a atenção de vários educadores para a Escola da Ponte de Portugal, com 30 anos de existência, é o fato de ela não se adequar aos padrões tradicionais.
Não há divisão por séries e as aulas não são separadas por disciplinas. São os alunos que, com a ajuda do professor, selecionam seus projetos de estudo. São eles também a indicar para o professor quando se sentem preparados para serem avaliados, e não o contrário.
Pacheco diz que há várias experiências brasileiras que estão tendo sucesso ao seguir os mesmos passos, mas afirma que não é o momento de dar visibilidade a elas. Veja trechos de sua entrevista à Folha:

FOLHA - O trabalho de sua escola em Portugal virou referência no Brasil. Mesmo assim, o senhor não acha que há poucas escolas daqui que ousam mudar?
JOSÉ PACHECO - Já não são poucas as escolas brasileiras que ousaram inspirar-se na prática da Escola da Ponte. Mas continuarão invisíveis até o momento em que adquiram sustentabilidade e possam ser reveladas. As mudanças em educação são sempre lentas. A visibilidade social precoce mata os projetos inovadores. Venho acompanhando processos de mudança bem pensados, planejados, refletidos e avaliados, sem nada de improviso. Só coloco uma condição às escolas que acompanho: que a Escola da Ponte seja inspiração, mas que não seja objeto de imitações. A Ponte não pode correr o risco de se converter em mais uma moda pedagógica, ou num mito inútil.

FOLHA - Como preparar alunos de escolas com projetos pedagógicos diferentes para se acostumarem com os modelos tradicionais?
PACHECO - Na Ponte, os alunos aprendem a fazer prova, embora não contem para avaliação, pois terão de fazer provas no futuro em muitas situações e lugares. Formamos nossos alunos para a autogestão do tempo e para se adaptarem ao ritmo do toque de uma campainha. Eles aprendem a estar em qualquer contexto. Sabem ser solidários, mas não deixam de ser competitivos.

FOLHA - A Escola da Ponte foi bem em avaliações nacionais?
PACHECO - Sim. Ela foi avaliada por testes, iguais para todas as escolas, e ficou classificada entre as melhores. Foi a única escola portuguesa avaliada por uma comissão nomeada pelo Ministério da Educação. Os relatórios revelaram a excelência do projeto. A partir dos dados, o ministério reconheceu a Ponte como referência.


Folha de S.Paulo

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