Formação inicial de
professores para educação básica:
uma (re)visão radical |
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Guiomar Namo de Mello |
"Ninguém facilita o desenvolvimento daquilo
que não teve oportunidade de aprimorar em si
mesmo. Ninguém promove a aprendizagem daquilo
que não domina, a constituição
de significados que não compreende e nem a autonomia
que não pôde construir." É
sobre estas e outras questões e suas implicações
na qualidade do ensino que trata este texto da educadora
Guiomar Namo de Mello.
Nele, a autora analisa a formação inicial
do professor e sua inadequação diante
da sociedade atual e das exigências da LDB vigente,
sugerindo mudanças inovadoras. Ela discute o
que denomina de "simetria invertida": o professor
em sua formação vive um papel oposto ao
que ele está se preparando para desempenhar.
Isto traz conseqüências fundamentais: é
preciso que o professor experimente, enquanto aluno,
aquilo que ele deverá ensinar a seus próprios
alunos. Caso se deseja que o professor desenvolva nos
alunos a capacidade de relacionar teoria e prática,
é preciso que tal relação também
esteja presente em sua própria formação.
As mudanças na formação docente
têm por objetivo formar um "profissional
reflexivo", cuja atuação seja ao
mesmo tempo inteligente e flexível, capaz de
refletir sobre sua própria ação.
Por fim, a autora defende a implementação
de um sistema nacional de credenciamento de cursos de
formação de professores e de certificação
de competências docentes.
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"Ensinar é uma atividade relacional: para co-existir,
comunicar, trabalhar com os outros, é necessário
enfrentar a diferença e o conflito. Acolher e respeitar
a diversidade e tirar proveito dela para melhorar sua prática,
aprender a conviver com a resistência, (...) fazem parte
da aprendizagem necessária para ser professor."
"Mas ensinar é também uma (...) atividade
altamente determinada por fatores que escapam ao controle
de quem ensina. O projeto educativo e a ação
cotidiana, a intenção e o resultado na sala
de aula, na escola, no sistema e na política educacional
sempre guardarão alguma distância, maior ou menor.
Ensinar, portanto, exige aprender a inquietar-se e a indignar-se
com o fracasso sem deixar destruir-se por ele."
Publicação:
Revista São Paulo em Perspectiva, vol. 14, n. 1. São
Paulo: SEADE, jan/mar. 2000
Páginas: 98-110
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