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Jogos tradicionais |
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Adriana Friedmann |
Às vezes,
ao procurarem um modelo de atendimento às crianças,
creches e pré-escolas aproximam-se muito do modelo
escolar, esquecendo as especificidades da sua clientela.
Passa-anel, peteca, pega-pega, esconde-esconde. Essas
brincadeiras lembram sua infância? Por que não
incorporá-las ao planejamento das atividades da
creche/pré-escola?
Neste texto, a autora retoma os jogos tradicionais, destacando
sua importância, o comportamento da criança
e do adulto/monitor durante o jogo como forma de promover
o desenvolvimento infantil. |
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"(...) O Jogo Tradicional é memória,
mas é também presente: se observarmos em detalhe
o jogo da criança de hoje em comparação
aos jogos infantis do começo do século, constataremos
que existem, obviamente, grandes diferenças. A televisão
e a tecnologia dos brinquedos modernos mudaram, sem dúvida,
a brincadeira infantil. A falta de espaço e de segurança
nas ruas também modificaram algumas brincadeiras."
"PIAGET elaborou uma classificação
baseada na evolução das estruturas mentais.
Existem três formas básicas de atividade lúdica
que caracterizam a evolução do jogo na criança
de acordo com a fase do desenvolvimento em que aparecem:
- Jogos de Exercício Sensorimotor - Caracterizam
a etapa que vai do nascimento até o aparecimento da
linguagem, apesar de reaparecerem durante toda a infância.
O jogo surge primeiro, sob a forma de exercícios simples
cuja finalidade é o próprio prazer do funcionamento.
Esses exercícios caracterizam-se pela repetição
de gestos e de movimentos simples e têm valor exploratório.
Dentro desta categoria podemos destacar os seguintes jogos:
sonoro, visual, tátil, olfativo, gustativo, motor e
de manipulação.
- Jogo Simbólico - Entre os dois e os seis anos
a tendência lúdica predominante se manifesta
sob a forma de jogo simbólico. Nesta categoria o jogo
pode ser de ficção ou de imitação,
tanta no que diz respeito à transformação
de objetos quanto ao desempenho de papéis. A função
do jogo simbólico consiste em assimilar a realidade.
É através do faz-de-conta que a criança
realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos
e angústias, aliviando tensões e frustrações.
O jogo simbólico é também um meio de
auto-expressão: ao reproduzir os diferentes papéis
(de pai, mãe, professor, aluno etc.), a criança
imita situações da vida real. Nele, aquele que
brinca dá novos significados aos objetos, às
pessoas, às ações, aos fatos etc., inspirando-se
em semelhanças mais ou menos fiéis às
representadas. Dentro dessa categoria destacam-se os jogos
de faz-de-conta, de papéis e de representação
(estas denominações variam de um autor para
outro).
- Jogos de Regras - Começam a se manifestar
entre os quatro e sete anos e se desenvolvem entre os sete
e os doze anos. Aos sete anos a criança deixa o jogo
egocêntrico, substituindo-o por uma atividade mais socializada
onde as regras têm uma aplicação efetiva
e na qual as relações de cooperação
entre os jogadores são fundamentais. No adulto, o jogo
de regras subsiste e se desenvolve durante toda a vida por
ser a atividade lúdica do ser socializado."
"No jogo motor e individual (desde o nascimento
até os três anos), a criança brinca
sozinha, fazendo várias coisas com os objetos: pega,
mexe, levanta, junta, sacode, esconde, acha objetos. etc.
No jogo egocêntrico (entre dois e seis anos), a criança
imita e também brinca sozinha ou paralelamente com
outras crianças, mas sem a intenção
de ganhar: o outro não importa. Aos cinco, seis anos
mais ou menos, a criança começa a adquirir
a capacidade de descentrar e se ver em relação
a outras crianças. Quando isto acontece, ela começa
a comparar resultados e a coordenar as intenções
do outro."
"É importante compreender que a criança
pré-escolar (dois a seis anos) tem um pensamento diferente
quando está frente a uma brincadeira de grupo que implica
competição. Por exemplo, sua atitude frente
a uma corrida é a de que cada um pode ganhar; quando
brinca de esconde-esconde a criança, muitas vezes,
"mostra" onde está escondida; em "Corre-Cotia"
o pegador pode correr em volta da roda sem realmente fazer
esforços para pegar o colega."
"O poder do adulto deve ser reduzido para motivar
a cooperação entre as crianças, permitindo
que elas tomem decisões por si mesmas, desenvolvendo,
assim, a sua autonomia intelectual e social."
"Se tivermos bem claros os objetivos para a educação
pré-escolar e o jogo escolhido promover esses objetivos,
a escolha tornar-se-á simples:
desenvolver a autonomia através de relações
seguras nas quais o "poder" do adulto seja reduzido
o máximo possível;
desenvolver habilidades de autonomia e coordenação
de diferentes pontos de vista;
despertar nas crianças a curiosidade, a atenção,
o senso crítico, assim como a confiança."
Publicação:
Série Idéias n. 7. São Paulo: FDE, 1995
Páginas: 54 a 61
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