"Há cerca de sete/oito anos duas professoras da Rede Escolar do Estado vieram me procurar. Maduras e próximas da aposentadoria, queriam experimentar uma atividade criativa, ‘agora que não iam mais ser úteis’, propondo-se a serem minhas alunas. Dedicaram todos os seus anos de ensino a alfabetizar crianças e agora, ‘velhas’, se permitiam vivenciar algo tão distinto como a Expressão Corporal.
Após um ano de aulas, nas quais a ênfase estava nas possibilidades de descoberta do corpo numa atividade lúdica, despediram-se alegres e, ao mesmo tempo, tristes. Alegres devido ao que viveram nas aulas e tristes porque agora sim julgavam-se mais aptas para ensinar. Diziam que se lhes fosse dada uma chance de recomeçar, trabalhariam completamente diferente: brincando, jogando, criando estórias, usando o corpo para tudo, o que antes certamente achariam ridículo. Jamais suspeitaram que desse modo se desenvolve também a inteligência, e agora não podiam negar tal fato."