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A queixa escolar no alvo dos diagnósticos |
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Adriana M. Machado |
Desnutrição, carência
afetiva, problemas de aprendizagem, hiperatividade,
disfunção cerebral mínima... Diversos
são os diagnósticos, as explicações,
os motivos que tentam "justificar" a situação
de algumas crianças no contexto escolar. A "culpa"
e a "responsabilidade" recaem sobre a criança
e seu problema, a família ou o educador.
Mas será que é assim mesmo?!
Neste texto, a autora questiona essa visão sobre
os problemas escolares, propondo uma avaliação
psicológica que:
- problematize as histórias escolares, buscando
encontrar diversos elementos presentes no processo de
construção da queixa;
- procure alterar preconceitos e estereótipos;
e
- não responsabilize individualmente os sujeitos
(a criança, o educador ou a escola), e sim, que
se preocupe em analisar a situação a partir
da rede de relações que a constitui.
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"Fomos produzindo práticas, crenças
e naturalizações que constróem justificativas
individualizadas no corpo das crianças para a explicação
do fracasso escolar. Sabemos das teorias que defendem a existência
de dons, de diferenças de capacidades individuais que
nortearam e norteiam muitos trabalhos. Os testes psicológicos
de inteligência ganharam poder com esse tipo de concepção
que entende as diferenças sociais, o fracasso escolar,
algo produzido devido à capacidade individual, naturalizando
o meio social. Assim como ganharam força as práticas
compensatórias, com a concepção de que
os problemas das crianças que fracassam estão
relacionados ao fato de elas serem 'carentes culturalmente',
'desnutridas', 'pobres', 'pouco estimuladas', 'com pais ausentes'..."
"A possibilidade de sucesso ou fracasso escolar dessas
crianças não responde a determinações
apenas de ordem individual. É na história escolar,
nas várias práticas do dia-a-dia escolar, nas
quais a discriminação, o preconceito e a atitude
julgadora dominam, que o fracasso escolar se constitui. "
"Nosso objeto deixa de ser 'a' criança ou
'a' escola e passa a ser a produção da queixa,
a produção do encaminhamento, algo que se dá
em uma história coletiva... Nossa função
seria problematizar esse campo de forças no qual as
relações de poder e as formas de funcionamento
de saber se concretizaram no pedido de uma avaliação
psicológica."
Publicação:
Série Idéias n. 28. São Paulo: FDE, 1997
Páginas: 141-156
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