"... a intensidade de trabalho do professor em um
dado componente curricular pode diminuir, o nível de
seu conhecimento sobre a matéria pode ser bastante
precário, o currículo pode não estar
adequado, o número de horas de aula recebidas pelo
aluno pode baixar; só não se admite, dentro
da "cultura pedagógica" que perpassa o sistema
de ensino, que o desempenho do aluno possa ser tão
pobre quanto efetivamente o é. E continua-se por isso
a culpá-lo através da reprovação:
a grande arma utilizada contra o aluno. Enquanto o sistema
todo mostra extrema dificuldade de se organizar para melhor
trabalhar a proposta de ensino - que ele mesmo formula - o
único que continua sendo cobrado pelo fracasso é
o aluno !"
"Creio que o enfoque sobre a avaliação
deve mudar radicalmente, de sorte que a escola e o sistema
passem a colocar como responsabilidade sua o que deve ser
feito no seu âmbito para que o aluno tenha de fato condições
de aprender o que se espera que ele aprenda. (...)"
"O trabalho diversificado é uma das alternativas
para o atendimento a essas crianças [com maior dificuldade].
(...) Por essa conduta podem diluir-se os antigos prognósticos
que rotulavam os mais fracos. De certo modo, todos temos alguma
fraqueza e, ao mesmo tempo, somos fortes em alguma coisa !"
"A questão da repetência escolar não
é, como durante muitos anos se supôs, uma questão
individual do aluno, nem do foro íntimo do professor
que o avalia. Daí a necessidade da troca de experiências
entre os professores, da programação conjunta
na escola, do apoio do sistema. (...) Este trabalho é
por demais complexo e não deve recair exclusivamente
sobre o professor isolado."