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Sexta-Feira , 19 de Abril de 2024
>> Ambientes de Aprendizagem
   
 
Carecas de subúrbio.

Maurício Tragtenberg


O diretor, ou professor, tem diante de si um aluno de cabeça raspada, botas de coturno, tatuagens pelo corpo, correntes no pescoço. Como lidar com um "careca de subúrbio", ou com um skin, em uma instituição como a escola ?
Maurício Tragtenberg não responde a esta pergunta, mas traz contribuições importantes para entender um pouco melhor o fenômeno. Ele faz um pequeno histórico do surgimento de tais grupos na Europa e no Leste Europeu, relacionando-o a fatores sociais, econômicos e políticos.

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"No Brasil, uma política recessiva condena ao desemprego milhares de trabalhadores, emergindo uma juventude pobre de periferia que "não tem amanhã" e encontra no movimento dos "carecas de subúrbio" uma forma de protesto pelo "abandono" social que sofre pela falta de perspectivas profissionais ou sociais, tendo no racismo contra o negro, o nordestino ou o judeu um alvo para sua agressividade. Vale lembrar, entretanto, que violência é não só o confronto físico direto, mas também a falta de escolas, de atenção médica e de um futuro social."

"É nítida a intenção de o "careca" manter uma dignidade, de se auto-afirmar como trabalhador, como alguém que não é drogado nem ocioso. Ele diferencia-se do que chama de "marginal" por meio do trabalho sério, sem vender tóxico para sobreviver ou roubar a população pobre. Embora cultive a violência, não se considera um "bandido", um violento que sobrevive sem trabalhar seriamente."

"Como se vê, esses movimentos oscilam entre posições de direita nacionalista, racista e posições libertárias. Encontramos, às vezes, indivíduos que se autodenominam anarquistas e, ao mesmo tempo, nacionalistas. Racistas somente em relação a negros ou judeus; no restante, proclamam-se democratas."

"Punks, "carecas" e skins são produtos dessa sociedade de massa desterritorializada, criada pelo capitalismo que procura submeter tudo à sua lógica implacável. Um mundo desenraizado, cosmopolita e desterritorializado produz pessoas desenraizadas nas grandes megalópoles modernas, os skins por exemplo. E a cultura de massa contribui para esse desenraizamento. Ela forma uma "mediocridade média" que se constitui no público para seus espetáculos. Daí o caráter espetacular da figura dos "carecas" ou skins."

Publicação: Série Idéias n. 23. São Paulo: FDE, 1994
Páginas: 75-80

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