"A sociedade, neste momento, está sinalizando
o papel da Escola. Cabe a nós, profissionais da Escola,
darmos respostas pedagógicas que sintonizem com o movimento
social mais amplo. Se é verdade que a "capacidade
de fiscalização do povo se apurou", este
povo vai querer fiscalizar a Escola, exigindo para seus filhos
uma Escola de qualidade, vai querer participar da definição
desta "qualidade", vai querer fiscalizar as verbas
destinadas à Educação (o que é
destinado, o que é efetivamente gasto, como, por quem
e para quem é gasto). E a Escola, que sempre se abriu,
quando se abriu, para quem quis, como quis e quando quis,
autoritária que sempre foi, vai ter de se acostumar
a se manter sempre aberta aos usuários, agora para
responder às suas perguntas e não para lhes
ensinar a perguntar o que lhe interessava responder."
"Há inúmeras situações,
que podem e devem ser vivenciadas desde a Pré-escola,
durante toda a escolaridade, em que os alunos escolhem e assumem
a responsabilidade da escolha coletiva. Desde escolher participar
de um projeto e levá-lo a termo, até escolher
o seu representante e assumir a responsabilidade de controlar
a execução dos compromissos assumidos pelo escolhido.
Trabalhos de grupo, Grêmio Estudantil, projetos coletivos,
conselhos de Classe e de Série, Conselho de Escola,
planejamentos participativos, gestão participativa
e tantas outras oportunidades de convivência partilhada
na Escola constituem-se em aprendizagens de democracia."
"A História nos deixa claro que os homens
não são naturalmente solidários e que
uma sociedade não se torna solidária por lei
ou por resultado de uma mudança da base econômica.
A sociedade solidária seria resultado de um longo processo
de exercício democrático, de participação,
processo este que deveria também ser desenvolvido na
Escola."