"A década de 80 ratifica a expansão
do 2º Grau noturno. Enquanto, em 1980, 58% dos alunos
do 2º Grau da Rede Estadual de Ensino estão estudando
em período noturno, em 1990, 71% o fazem. Nesse mesmo
período, a participação do 1º Grau
no noturno conserva-se a mesma: é 34% em 1980 e em
1990."
"As dificuldades para conciliar trabalho e estudo
fazem com que grande parte da população jovem
esteja fora da Escola. O relatório do Banco Mundial
(apud ZIBAS, 1991) destaca uma estagnação, no
final dos anos 80, quanto à expansão de matrículas
no 2º Grau (...); isto leva à projeção
de que somente em 2015 o País poderá alcançar
a taxa de 50% dos adolescentes de quinze a dezenove anos matriculados
no ensino secundário. O mesmo relatório informa
que, em 1986, esse índice já era de 70% no Chile
e de 95% na Coréia."
"O denominador comum dos cursos noturnos é,
sem dúvida, o trabalho. A pesquisa de CARVALHO (1984)
deixa claro que, para os jovens do noturno, o que caracteriza
a vida é o trabalho; é ele que fixa os limites
do estudo, do lazer e do descanso. E se o trabalho, por um
lado, acarreta desgaste ao aluno, por outro lhe proporciona
ganhos potenciais, pois, por já estar inserido no mundo
do trabalho, mais amadurecido, pode avançar no seu
percurso escolar, desde que lhe sejam dadas condições."