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Quinta-Feira , 25 de Abril de 2024
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O espaço escolar e a produção de cultura no curso noturno

Áurea M. Guimarães


A escola é um espaço onde surgem diversas situações envolvendo professores, alunos, equipe técnica. Estas decorrem de movimentos que caracterizam a especificidade de cada instituição. Neste texto, a partir da análise do posicionamento de uma professora diante de uma rígida estrutura escolar, a autora discute a participação do docente na organização desses movimentos, além da formação dos pequenos grupos que se estruturam e produzem a cultura daquele espaço escolar.

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"Os alunos do noturno estudados eram geralmente acusados de ser os principais responsáveis pelos estragos das instalações. "Rebeldes", "irreverentes", "irresponsáveis", "preguiçosos", "vândalos", eles ocupavam o espaço escolar de modo diferenciado em relação aos alunos dos outros períodos. Instalados no mercado de trabalho, junto ao setor terciário e com baixa remuneração, eles afirmaram gostar da Escola como um lugar "onde todos se encontram"."

"Apesar do controle institucional que permeava as duas escolas, uma delas, ao valorizar os "pequenos nadas" do seu cotidiano - como poder ficar conversando com os colegas no final das aulas; ocupar a quadra, mesmo após o expediente; colocar música no recreio etc. -, permitia, acredito que mesmo sem o saber, a expressão desse desejo irreprimível de "estar-junto" a partir e em torno de um território. Na outra Escola, por sua vez, os próprios alunos se encarregavam de dificultar o êxito completo da dominação a que estavam submetidos, através da formação de turmas, das brigas, das depredações, enfim, de toda ação que lembrasse a eles a necessidade de não sacrificar o sentimento que os unia enquanto grupo. As camisetas das gangues, com seus emblemas, seus versos, as tatuagens marcavam no corpo, e igualmente em todos os corpos do grupo, a recusa da Escola enquanto instituição uniformizadora."

"As observações feitas nas salas de aula, nos recreios mostraram a existência de um todo em movimento que ocorria juntamente com um sentimento de conjunto. Quando havia espaços intersticiais, por onde se manifestavam os excessos, o monopólio total da instituição se enfraquecia. A depredação, as brigas entre os próprios alunos expressavam também a necessidade que tinham de viver intensamente aqueles poucos momentos que se opunham à monotonia da sala de aula.
A "transgressão" dos alunos era explicada pelos professores através de fatores externos à Escola, mas eu arriscaria afirmar que parte dessa "transgressão" seria determinada pela maneira como a ordem era administrada pela instituição."

"Ressaltamos, finalmente, que qualquer proposta educacional deve levar em consideração as características da comunidade escolar, evitando a reprodução cega de experiências, que, embora bem-sucedidas, podem não corresponder às necessidades do grupo com o qual convivemos."

Publicação: Série Idéias n. 25. São Paulo: FDE, 1998
Páginas: 149-162

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