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O brinquedo na educação:
considerações históricas |
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Tizuko Morchida Kishimoto |
O brinquedo está tão
impregnado no nosso cotidiano, que às vezes,
parece que sempre foi valorizado como recurso/instrumento
educativo. Mas não é assim. Neste texto
a autora descreve todo o percurso histórico da
valorização do jogo e do brinquedo, ressaltando
a sua importância para a educação
pré-escolar.
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"Outra característica do século
XVIII é a popularização dos jogos educativos.
Antes restritos aos príncipes e nobres, agora tornam-se
veículos de divulgação, crítica
e doutrinação popular. Utilizados para o desempenho
de papéis, difusão de idéias e crítica
de personagens, tais jogos penetram no cotidiano popular."
"(...) Abre-se, assim, um espaço propício
ao nascimento da Psicologia Infantil, que desabrocha, no século
XX, com a produção de pesquisas e teorias que
discutem a importância do ato de brincar para a construção
de representações infantis. Estudos e pesquisas
de caráter psicogenético, encabeçados
por PIAGET, BRUNER, VIGOTSKY, entre outros, fecundam relevantes
pressupostos para a construção de representações
infantis relacionadas às diversas áreas do conteúdo,
influenciando as atividades curriculares dos novos tempos."
"(...) Mas é com FROEBEL que o jogo, entendido
como objeto e ação de brincar, passa a fazer
parte da história da educação pré-escolar.
Partindo do pressuposto de que, manipulando e brincando com
materiais como bola, cubo e cilindro, montando e desmontando
cubos, a criança estabelece relações
matemáticas e adquire noções primárias
de Física e Metafísica. Aliando a utilização
de materiais educativos, que denomina dons, ao canto e às
ocupações manuais (recorte, colagem, tecelagem,
dobradura etc.), o pai das atuais caixas de construção
elabora uma proposta curricular para a pré-escola que
contém, em seu bojo, a relevância do brinquedo."
"O desenvolvimento da ciência e da técnica
constitui a fonte propulsora dos jogos científicos
e mecânicos. Surgem jogos magnéticos para ensinar
História, Geografia e Gramática. (...) A expansão
dos meios de comunicação, bem como o avanço
do comércio estimulam o ensino de línguas vivas.
(...)
Os jogos existentes no século XIX perduram até
a I Guerra Mundial, mas com a aproximação da
guerra cresce a oferta de jogos militares. Findo o conflito,
jogos militares dão lugar às práticas
esportivas, predominando, no mercado, trens elétricos,
autoramas, bicicletas, patins etc., mostrando a valorização
do esporte em detrimento do militarismo."
"Na mesma época, a médica italiana
Maria MONTESSORI elabora uma metodologia de ensino destinada
às crianças deficientes mentais, empregando
materiais criados por ITARD e SÉGUIN, com o objetivo
de implementar a educação sensorial. Em sua
obra, traduzida em Língua Portuguesa como Pedagogia
Científica (1965), há uma relação
desses materiais, bem como a forma de utilização."
"Uma área que recebeu grandes benefícios
com a utilização de brinquedos é a educação
de crianças portadoras de deficiências. Essa
prática teve origem no século XVIII, com a criação
de materiais para surdos-mudos, pelo Pe. de l'EPEÉ,
em 1760."
"Esse processo de valorização do jogo,
mais recente, chega ao Brasil na década de oitenta,
com o advento das brinquedotecas, a criação
de associações de brinquedotecas, a multiplicação
de congressos, o aumento da produção científica
sobre o tema e o interesse crescente dos empresários
em aumentar seu faturamento, investindo em novos produtos.
A importância do jogo na educação tem
oscilado ao longo dos tempos. Principalmente nos momentos
de crítica e reformulação da educação,
são lembrados como alternativas interessantes para
a solução dos problemas da prática pedagógica.
Tais oscilações dependem, basicamente, de reestruturações
políticas e econômicas de cada país. Geralmente,
em períodos de contestação, de inquietações
políticas e crises econômicas, aumentam as pesquisas
e os estudos em torno dos jogos."
"Este pequeno histórico foi elaborado para
atender às seguintes finalidades:
ressaltar a importância de brinquedos e brincadeiras
para a educação pré-escolar;
subsidiar o aparecimento das brinquedotecas;
enfatizar a necessidade de recuperar brinquedos e brincadeiras
tradicionais, bem como sua importância para o desenvolvimento
infantil;
assinalar a presença de propostas psicológicas
que permitem a construção de representações
infantis; e
alertar para o risco do excessivo uso de jogos didáticos
que desvirtuam tanto as tarefas do ensino como a natureza
do jogo."
Publicação:
Série Idéias n. 7. São Paulo: FDE, 1995.
Páginas: 39 a 45
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