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Boa noite
Sábado , 27 de Abril de 2024
>> Ambientes de Aprendizagem
   
 
A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (a patologização da educação)

Cecília Azevedo Lima Collares e Maria Aparecida Affonso Moysés


Este texto apresenta uma discussão sobre o processo de patologização dos problemas enfrentados pela escola. Isto é, o ato de se encarar e explicar os problemas sob a ótica da doença.
Segundo as autoras, as explicações para o fracasso escolar têm sido procuradas também em outras áreas da saúde, como na psicologia e na fonoaudiologia, além da medicina. Elas discutem duas pretensas "doenças" que, apesar de muito difundidas na escola, não apresentam nenhuma comprovação científica de sua relação com o não-aprendizado: a desnutrição e os distúrbios de aprendizagem.

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"A patologização da aprendizagem constitui um processo em expansão, que se dissemina rapidamente, com grande aceitação geral. Os pais das crianças reagem a seus resultados como se a uma fatalidade. Para os professores, representa um desviador de responsabilidades. - "Eu faço o que posso, mas eles não aprendem". A instituição escolar, parte integrante do sistema sociopolítico, legitima suas ações e suas não-ações, pois o problema decorreria de doenças que impedem a criança de aprender".

"A difusão acrítica crescente de "patologias" que provocariam o fracasso escolar - de modo geral, "patologias" maldefinidas, com critérios diagnósticos vagos e imprecisos - tem levado, de um lado, à rotulação de crianças absolutamente normais e, de outro, a uma desvalorização crescente do professor, cada vez menos apto a lidar com tantas "patologias" e "distúrbios" ".

"... outra maneira de se patologizar a não-aprendizagem consiste nas disfunções neurológicas, sendo os distúrbios de aprendizagem sua forma de expressão mais em moda atualmente. Sobre este assunto, podemos afirmar que até hoje, cem anos depois de terem sido aventados pela primeira vez por um oftamologista inglês, não se provou sua existência. É uma longa trajetória de mitos, estórias criadas, fatos reais que são perdidos/omitidos... Trata-se de uma pretensa doença neurológica jamais comprovada; inexistem critérios diagnósticos claros e precisos como exige a própria ciência neurológica; o conceito é vago demais, abrangente demais..." (grifos nossos)

"O espaço escolar, voltado para a aprendizagem, para a normalidade, para o saudável, transforma-se em espaço clínico, voltado para erros e distúrbios. Sem qualquer melhoria dos índices de fracasso escolar... Porém, se as crianças continuam não aprendendo, a isto agrega-se, em taxas alarmantes, a incorporação da doença... uma doença inexistente..."

Publicação: Série Idéias n. 23. São Paulo: FDE, 1994
Páginas: 25- 31

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 Ajudando a desmistificar o fracasso escolar

 Fracasso escolar: uma questão médica ?
 MOYSÉS, M. A.

 COLLARES, C.