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A transformação do
espaço pedagógico em espaço clínico
(a patologização da educação) |
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Cecília Azevedo Lima Collares
e Maria Aparecida Affonso Moysés |
Este texto apresenta uma discussão
sobre o processo de patologização dos problemas
enfrentados pela escola. Isto é, o ato de se encarar
e explicar os problemas sob a ótica da doença.
Segundo as autoras, as explicações para
o fracasso escolar têm sido procuradas também
em outras áreas da saúde, como na psicologia
e na fonoaudiologia, além da medicina. Elas discutem
duas pretensas "doenças" que, apesar
de muito difundidas na escola, não apresentam nenhuma
comprovação científica de sua relação
com o não-aprendizado: a desnutrição
e os distúrbios de aprendizagem. |
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"A patologização da aprendizagem constitui
um processo em expansão, que se dissemina rapidamente,
com grande aceitação geral. Os pais das crianças
reagem a seus resultados como se a uma fatalidade. Para os
professores, representa um desviador de responsabilidades.
- "Eu faço o que posso, mas eles não aprendem".
A instituição escolar, parte integrante do sistema
sociopolítico, legitima suas ações e
suas não-ações, pois o problema decorreria
de doenças que impedem a criança de aprender".
"A difusão acrítica crescente de "patologias"
que provocariam o fracasso escolar - de modo geral, "patologias"
maldefinidas, com critérios diagnósticos vagos
e imprecisos - tem levado, de um lado, à rotulação
de crianças absolutamente normais e, de outro, a uma
desvalorização crescente do professor, cada
vez menos apto a lidar com tantas "patologias" e
"distúrbios" ".
"... outra maneira de se patologizar a não-aprendizagem
consiste nas disfunções neurológicas,
sendo os distúrbios de aprendizagem sua forma de expressão
mais em moda atualmente. Sobre este assunto, podemos afirmar
que até hoje, cem anos depois de terem sido aventados
pela primeira vez por um oftamologista inglês, não
se provou sua existência. É uma longa trajetória
de mitos, estórias criadas, fatos reais que são
perdidos/omitidos... Trata-se de uma pretensa doença
neurológica jamais comprovada; inexistem critérios
diagnósticos claros e precisos como exige a própria
ciência neurológica; o conceito é vago
demais, abrangente demais..." (grifos nossos)
"O espaço escolar, voltado para a aprendizagem,
para a normalidade, para o saudável, transforma-se
em espaço clínico, voltado para erros e distúrbios.
Sem qualquer melhoria dos índices de fracasso escolar...
Porém, se as crianças continuam não aprendendo,
a isto agrega-se, em taxas alarmantes, a incorporação
da doença... uma doença inexistente..."
Publicação:
Série Idéias n. 23. São Paulo: FDE, 1994
Páginas: 25- 31
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